quinta-feira, 16 de julho de 2009

Algumas impressões do FISL 10


A décima edição do Fórum Internacional de Software Livre como o Software Livre em geral e o Linux em particular tem se desenvolvido e se profissionalizado. Grandes stands, grandes corporações e pouco espaço para as comunidades. Não me refiro a espaço para palestras mas a espaço físico mesmo. Ver para projetos importantes como Gnome e Slackware em ilhas sem as mínimas condições de infra-estrutura é lamentável. Nem me refiro aqui ao Ubuntu, que sou usuário, nesse caso como no caso da SUN e da Red Hat a Canonical deveria botar a mão no bolso e investir num evento tão importante. Creio que as comunidades devessem submeter projetos à organização e essa garantir o espaço, ficando por conta da comunidade apenas o aluguel do stand. Esses projetos deviam contemplar atividades de diferentes tipos feitas no local do stand e não apenas transforma-lo em um bazar, o que tabém é importante mas não pode ser a única coisa. Um bom exemplo disso foi o satnd da Mozzila com concurso de desenhos e diversas outras atividades.
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Hoje está muito em moda falar da necessidade de profissionalização do software livre, que tem que ter suporte, não pode ser coisa do hacker que vira a noite pra resolver o problema e outras coisas do gênero. Se por um lado isso pode ser verdade, por outro não se pode esquecer que o que trouxe o software livre a té aqui não foi a engenharia, mas o desejo de liberdade. Foi o trabalho de milhares de desenvolvedores que viram à noite pelo simples prazer de programar e compartilhar e de inúmeros usuários que abrem mão de algumas, cada vez menos, funcionalidades por causa da liberdade. Esquecer-se disso é colocar o Software Livre em uma camisa de força e perder o rumo.
Li alguns comentários que chamavam Richard Stalmman de figura anacrônica e coisas do gênero. Também é comum chamar a GPL de muito radical. Sem dúvida usar apenas software livre pelos padrões da Free Software Foundation é muito difícil no mercado. Muitas vezes o que o cliente quer é a funcionalidade e está pouco se importando se o software é livre ou não, se vai pagar licença ou não. Isso no entanto não quer dizer que defender princípios seja anacronismo, ao contrário é fundamental para manter o rumo do movimento e a licença que garante isso é a GPL. Teria uma licença menos “radical” garantido o sucesso do movimento? Com licenças mais permissivas muito do software livre que existe hoje seria proprietário. Um bom exemplo disso são os sistemas da Apple que usam o Darwin/BSD (oppen source) como kernell e são proprieários.
As licenças permissivas bem como as proprietárias vão continuar existindo. É inconcebível pensar que em um mundo dominado pelos monopólios, onde o hardware, a comida, a saúde e principalmente os homens e mulheres não são livres, que o software se libertará sozinho. Por isso mesmo os princípios são fundamentais. Produzir, usar defender e divulgar software livre é necessário. Fazer eventos que atraiam as grandes corporações favorece o crescimento da utilização e produção de software livre. Garantir espaço para as comunidades garante a continuidade do movimento e os princípios que trouxeram o software livre a té aqui.

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